Variação linguística
A variação
linguística é o modo pelo qual, se diferencia como os falantes de um mesmo
idioma se manifestam verbalmente.
A
língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para
classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o seu
uso seja uniforme.
Dependendo
da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma
da língua.
É
importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de
funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário.
Vale a pena lembrar
algumas diferenças
Na língua falada, há
entre falante e ouvinte um intercâmbio direto, o que não ocorre com a língua
escrita, na qual a comunicação se faz geralmente na ausência de um dos
participantes. Na fala, as marcas de planejamento do texto não aparecem, porque
a produção e a execução se dão de forma simultânea, por isto o texto oral é
pontilhado de pausas, interrupções, retomadas, correções, etc...
Isto não se observa na escrita, porque o texto
se apresenta acabado, houve um tempo para a sua elaboração. É bom lembrar ainda
que não se deve associar língua falada a informalidade, nem língua escrita a
formalidade, porque tanto em uma quanto em outra modalidade se verificam
diferentes graus de formalidade. Podem existir textos muito formais na língua
falada e textos completamente informais na língua escrita.
A língua escrita, estática, mais elaborada e
menos econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. A possibilidade
de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais
expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso, mais
sujeita a transformações e a evoluções.
Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em
importância. Nas escolas principalmente, costuma se ensinar a língua falada com
base na língua escrita, considerada superior.
A nós professores cabe ensinar as duas
modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e outra, sem
deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, que na verdade
não existe.
Níveis de variação linguística
É importante observar que o processo de
variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais
perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna
mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque.
Nível fonológico - por
exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como
consoante pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é
vocalizado, ou seja, pronunciado como um u; o r
caipira; o s chiado do carioca.
Nível morfossintático - muitas
vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas
conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez
de "manteve", "ansio" em vez de "anseio"; certos
segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo. Isto
ocorre com mais frequência se o sujeito está posposto ao verbo. Há ainda
variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de "eu o
vi".
Nível vocabular - algumas
palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com a localidade.
Referindo se a uma criança do sexo masculino, em Portugal diz-se
"miúdo", ao passo que no Brasil usa-se " moleque",
"garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um processo de variação vocabular.
Variação de registro
As variações de registro podem ser de
três tipos: grau de
formalismo, modalidade
e sintonia. Cada tipo não
aparece isolado, eles se correlacionam.
Para se fazer
entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e
isto é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma
criança, a um colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos
de dizer, para cada uma dessas situações. Tentar adaptar a própria linguagem à
do interlocutor já é realizar um ato de comunicação. Pode-se dizer que o nível
da linguagem deve se adaptar à situação.
O conceito de erro em língua
Em rigor, ninguém comete erro em língua,
exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões
da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz:
"Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade,
transgride a norma culta.
Um repórter, ao cometer uma transgressão em
sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um banquete
trajando xortes ou quanto um banhista,
numa praia, vestido de fraque e cartola.
Releva considerar, assim, o momento do
discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene.
O momento íntimo é o das liberdades da fala.
No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto,
são consideradas perfeitamente normais construções do tipo:
Eu não vi ela hoje.
Nesse momento, a informalidade prevalece
sobre a norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
O momento neutro é o do uso da língua-padrão,
que é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as
normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas
mesmas construções se alteram:
Eu não a vi hoje.
Vale lembrar, finalmente, que
a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim,
a constituir fato linguístico registro de linguagem definitivamente consagrado
pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.
Língua popular (informal)
A linguagem coloquial,
informal ou popular é aquela linguagem que não é formal, ou seja, não segue
padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no quotidiano.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da natural economia linguística. É utilizado em contextos informais.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da natural economia linguística. É utilizado em contextos informais.
Sendo mais espontânea e
criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e dinâmica. É aquela que
usamos no dia-a-dia, nas conversas informais com amigos, no bate-papo e no
bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as instruções para
o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos
afetivos e termos regionais.
Língua culta (formal)
Forma linguística que todo
povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E
justamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista
político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.
A língua funcional de modalidade
culta, que compreende a língua literária, tem por base a forma linguística
utilizada pelos segmentos mais cultos e influentes de uma sociedade. Constitui,
em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras
de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função
é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na
educação.
A gíria
O mal maior da gíria reside na sua adoção
como forma permanente de comunicação, desencadeando um processo não só de
esquecimento, como de desprezo do vocabulário oficial. Usada no momento certo,
porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela
grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao
receptor.
Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é
admitida na língua falada. A língua escrita não a tolera, a não ser na
reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível intenção de
documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos,
familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.
Os
jargões
Jargão é o modo de falar específico de um grupo,
geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o jargão dos médicos, o
jargão dos especialistas em informática, etc...
Imagine que você
foi a um hospital e ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um
deles disse:
"Em relação à
dona Fabiana, o prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do
remédio."
É provável que você
tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou. Isso porque ele
utilizou, com seu colega de trabalho, termos com os quais os dois estão
acostumados. Com a paciente, o médico deveria falar de uma maneira mais
simples. Assim:
"Bem, dona
Fabiana, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas".
Uma mesma pessoa
pode escolher uma forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou
um linguajar mais informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes, isso
não acontece conosco, no cotidiano? Na família e com amigos, falamos de uma forma,
mas numa entrevista para procurar emprego é muito diferente.
Gêneros da
variação linguística
Faixa etária
Palavras que variam ao longo das gerações,
cada idade possui uma especificidade em sua fala. Um jovem de 18 anos não usa
os mesmos termos que um homem de 40 anos, pois a língua se transforma com o
tempo.
Sexo
Homens e
mulheres falam de maneiras distintas, de acordo com os padrões sociais que lhes
são culturalmente condicionados.
Status
socioeconômico
Desigualdade
na distribuição de bens materiais e culturais, que reflete em diferenças
sociolinguísticas.
Na maioria
das vezes pessoas de status econômico mais baixo possui uma linguagem mais
coloquial do que quem status mais alto.
Grau de
escolaridade
Anos de escolarização e qualidade da escola
que frequentou.
Mercado de
trabalho
Cargo ou
atividade que um indivíduo desempenha dentro de seu trabalho.
Rede social
Pessoas com
quem convivemos e interagimos no nosso dia a dia. A variação
linguística portanto, é resultado das interações sociais.
Mas de um
modo geral podemos separar a variação em dois parâmetros:
A variação
geográfica (diatópica) e a variação social (diastrática),
Dimensões que propiciam as
variedades linguísticas
Variação histórica
A variação histórica acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. Ao lermos alguns textos, na íntegra, do século XVII e XVIII nos deparamos com registros linguísticos que diferem com os de hoje. Alguns termos se tornaram obsoletos, outros permaneceram, mas com algumas alterações. Como exemplo, citamos o desuso de expressões com mesóclise: constatamos sua estranheza quando alguém lê trechos bíblicos com uma linguagem mais antiga. Os ouvintes tendem a demonstrar falta de familiaridade com esses termos, porém, apesar disto , muitas vezes concebem o teor de entendimento; uma vez que incoerências locais não destituem do texto a coerência.
As manifestações que se operam no sistema linguístico sempre têm origem nas necessidades expressivas. O processo de mudança é gradual, não acontece de repente. Uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socialmente mais expressivos e ao cair em uso torna-se uma norma; a partir daí, temos uma variante como verdade.
Neste caso temos:
A variação histórica acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. Ao lermos alguns textos, na íntegra, do século XVII e XVIII nos deparamos com registros linguísticos que diferem com os de hoje. Alguns termos se tornaram obsoletos, outros permaneceram, mas com algumas alterações. Como exemplo, citamos o desuso de expressões com mesóclise: constatamos sua estranheza quando alguém lê trechos bíblicos com uma linguagem mais antiga. Os ouvintes tendem a demonstrar falta de familiaridade com esses termos, porém, apesar disto , muitas vezes concebem o teor de entendimento; uma vez que incoerências locais não destituem do texto a coerência.
As manifestações que se operam no sistema linguístico sempre têm origem nas necessidades expressivas. O processo de mudança é gradual, não acontece de repente. Uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socialmente mais expressivos e ao cair em uso torna-se uma norma; a partir daí, temos uma variante como verdade.
Neste caso temos:
Jovens ao desconhecer a
existência de algumas palavras ao se depararem com essas, se interessam e as
lançam em seus grupos sob novo significado ou com o mesmo mas tendo sempre como
ideia primária o modismo.
Portanto, quanto à dimensão histórica da variação linguística, podemos afirmar que possuímos formas diversificadas de nosso falar por ora haver retenções de estágios anteriores ou por estarmos mudando o uso dos vocábulos para nos adequar a grande evolução temporal.
Portanto, quanto à dimensão histórica da variação linguística, podemos afirmar que possuímos formas diversificadas de nosso falar por ora haver retenções de estágios anteriores ou por estarmos mudando o uso dos vocábulos para nos adequar a grande evolução temporal.
Variação geográfica
O Brasil apresenta um vasto território, caracterizado por regiões geográficas diversas. Com isso temos diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática.
Basta uma singela frase ou uma simples palavra para caracterizar as pessoas pertencentes a cada um destes grupos.
A variação se manifesta com maior evidência no léxico (vocabulário), nas realizações de determinados sons, como o “r”, “o”, “e”, “t” e no ritmo da fala, de maneira a distinguir áreas linguísticas e falares. Mas no nível semântico também ocorre esta manifestação. Para denominar uma planta muito conhecida da família das euforbiáceas temos nomeações diversas. Cada região uma denominação. Em Minas Gerais é conhecida como mandioca, no Rio de Janeiro como aipim e em Pernambuco, macaxeira ; evidenciamos pois a manifestação lexical da sinonímia.
O Brasil apresenta um vasto território, caracterizado por regiões geográficas diversas. Com isso temos diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática.
Basta uma singela frase ou uma simples palavra para caracterizar as pessoas pertencentes a cada um destes grupos.
A variação se manifesta com maior evidência no léxico (vocabulário), nas realizações de determinados sons, como o “r”, “o”, “e”, “t” e no ritmo da fala, de maneira a distinguir áreas linguísticas e falares. Mas no nível semântico também ocorre esta manifestação. Para denominar uma planta muito conhecida da família das euforbiáceas temos nomeações diversas. Cada região uma denominação. Em Minas Gerais é conhecida como mandioca, no Rio de Janeiro como aipim e em Pernambuco, macaxeira ; evidenciamos pois a manifestação lexical da sinonímia.
Percebemos que dentro de uma comunidade ampla, formam-se comunidades linguísticas
menores em torno de centro polarizadores da cultura, política e economia, que
acabam por definir os padrões linguísticos utilizados na região de sua
influência.
Variação social
A variação social está relacionada a fatores sociais como etnia, sexo, faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional. Os vários estudos que enfocam este tipo de relação língua/fatores sociais têm privilegiado a variação morfo sintática ou a morfo fonológica.
Na comunidade belorizontina, por exemplo, a forma reduzida do pronome pessoal de 3ª pessoa ele para “eis” e “es” ocorre com maior frequência e é, portanto, favorecida na fala das pessoas de baixa escolaridade, isto é, que têm apenas o 1º grau.
Fica claro que a variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, uma vez que alguns momentos de incoerência são sanados pelo contexto em que a fala se forma. Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e isto se reflete nos respectivos sistemas linguísticos: léxico, morfológico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade apresentará uma variedade linguística bem diferente de um grupo de vendedores ambulantes do interior do Brasil. Cada qual usará o recurso linguístico que lhe foi concebido em seu processo de aprendizagem para efetuar a comunicação.
Variação social
A variação social está relacionada a fatores sociais como etnia, sexo, faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional. Os vários estudos que enfocam este tipo de relação língua/fatores sociais têm privilegiado a variação morfo sintática ou a morfo fonológica.
Na comunidade belorizontina, por exemplo, a forma reduzida do pronome pessoal de 3ª pessoa ele para “eis” e “es” ocorre com maior frequência e é, portanto, favorecida na fala das pessoas de baixa escolaridade, isto é, que têm apenas o 1º grau.
Fica claro que a variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, uma vez que alguns momentos de incoerência são sanados pelo contexto em que a fala se forma. Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e isto se reflete nos respectivos sistemas linguísticos: léxico, morfológico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade apresentará uma variedade linguística bem diferente de um grupo de vendedores ambulantes do interior do Brasil. Cada qual usará o recurso linguístico que lhe foi concebido em seu processo de aprendizagem para efetuar a comunicação.
Variação estilística
A variação estilística se faz presente na expressividade individual duma língua e considera um mesmo indivíduo em diferentes situações de comunicação: se está em ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são seus receptores.
Temos vários fatores direcionando a escolha da variação específica para cada ocasião. Uma pessoa pertencente a um grupo profissional, quando desenvolve um léxico altamente especializado, é em certas ocasiões inacessível aos leigos. Isto ocorre no momento em que uma pessoa de baixa escolaridade ouve um diagnóstico médico (feito dentro da nomenclatura específica, mas fora do conhecimento do ouvinte); em um parecer judicial (quando o juiz, promotor, advogado expõem os fatos analisados para um júri, que apesar de ter uma escolaridade média, não consegue apresentar compreensibilidade devido aos inúmeros termos em latim e vocabulário muitas vezes rebuscado).
Tomando por base as informações até então, concluímos que as diversas modalidades de variação linguística não existem isoladamente, há certamente, uma relação mútua entre elas. Uma variante histórica pode resultar em uma variante geográfica; assim como uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social ao se considerar a migração entre regiões.
A variação estilística se faz presente na expressividade individual duma língua e considera um mesmo indivíduo em diferentes situações de comunicação: se está em ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são seus receptores.
Temos vários fatores direcionando a escolha da variação específica para cada ocasião. Uma pessoa pertencente a um grupo profissional, quando desenvolve um léxico altamente especializado, é em certas ocasiões inacessível aos leigos. Isto ocorre no momento em que uma pessoa de baixa escolaridade ouve um diagnóstico médico (feito dentro da nomenclatura específica, mas fora do conhecimento do ouvinte); em um parecer judicial (quando o juiz, promotor, advogado expõem os fatos analisados para um júri, que apesar de ter uma escolaridade média, não consegue apresentar compreensibilidade devido aos inúmeros termos em latim e vocabulário muitas vezes rebuscado).
Tomando por base as informações até então, concluímos que as diversas modalidades de variação linguística não existem isoladamente, há certamente, uma relação mútua entre elas. Uma variante histórica pode resultar em uma variante geográfica; assim como uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social ao se considerar a migração entre regiões.
Variação, Manifestação Ocasional
Ou Intencional?
As variações provocadas pelos fatores geográfico e histórico tendem a passar pelos falantes sem que estes percebam a ocorrência das mudanças na língua. Talvez porque sejam tênues para o indivíduo enquanto as emprega na comunicação; uma vez que as mudanças ocorridas por estes fatores são lentas e gradativas. Entretanto entendemos que os fatores social e estilístico agem na configuração de nossa língua sob a harmonia da sincronia presente, tornando a comunicação, um processo de construção de significados em que ocorre interação do sujeito com a sociedade. A língua assim será usada como instrumento de definição do que é a “pessoa” entre “as pessoas.” A variação linguística surge intencionalmente.
As variações provocadas pelos fatores geográfico e histórico tendem a passar pelos falantes sem que estes percebam a ocorrência das mudanças na língua. Talvez porque sejam tênues para o indivíduo enquanto as emprega na comunicação; uma vez que as mudanças ocorridas por estes fatores são lentas e gradativas. Entretanto entendemos que os fatores social e estilístico agem na configuração de nossa língua sob a harmonia da sincronia presente, tornando a comunicação, um processo de construção de significados em que ocorre interação do sujeito com a sociedade. A língua assim será usada como instrumento de definição do que é a “pessoa” entre “as pessoas.” A variação linguística surge intencionalmente.
Tomamos como exemplo a linguagem dos internautas. O advento da internet trouxe
muitas transformações e inovações e dentre elas no campo textual, que se difere
significativamente de outras formas escritas tradicionais. Este tipo de texto
apresenta novas características, uma vez que a própria escrita adquire uma
forma nova, identificada por elementos verbais e não verbais, como imagem,
ícones e som. Ao se criar uma linguagem peculiar, as comunidades da internet
acabam por criar uma sociedade linguística restrita com suas especificidades
próprias como: ausência de pontuações, ausência de acentuação gráfica,
processos de redução e processos de alterações ortográficas.
Todas essas modificações têm uma questão humana presente – construir e agregar novos amigos. Na ânsia de criar elos com indivíduos que compartilham os mesmos interesses; cria-se um dialeto próprio que os agrupe e ao mesmo tempo os distancie dos demais falares.
As variações linguísticas podem ocorrer naturalmente como resultado dos fatores espaço e tempo, mas também como recurso de individualidade, quer por uma pessoa ou uma comunidade.
Independentemente da intencionalidade ou não no emprego das variações, torna-se importante evidenciar os vocabulários diferenciados, como uma forma dos grupos marcarem presença na comunidade e seu papel de fator de projeção no meio social.
É importante desmistificar a língua padronizada e respeitar a riqueza cultural presente nos falares que compõem a “língua portuguesa brasileira”.
Todas essas modificações têm uma questão humana presente – construir e agregar novos amigos. Na ânsia de criar elos com indivíduos que compartilham os mesmos interesses; cria-se um dialeto próprio que os agrupe e ao mesmo tempo os distancie dos demais falares.
As variações linguísticas podem ocorrer naturalmente como resultado dos fatores espaço e tempo, mas também como recurso de individualidade, quer por uma pessoa ou uma comunidade.
Independentemente da intencionalidade ou não no emprego das variações, torna-se importante evidenciar os vocabulários diferenciados, como uma forma dos grupos marcarem presença na comunidade e seu papel de fator de projeção no meio social.
É importante desmistificar a língua padronizada e respeitar a riqueza cultural presente nos falares que compõem a “língua portuguesa brasileira”.
Curso: Letras LL1
P33
Atividade para
apresentar em sala de aula
Assunto: Variação
Linguística
Matéria:
Linguística geral
Prof° Martha
Maldonado
Alunos:
Leonilda
Cestariolli
RA - B44404 5
Marcio Henrique
RA - B4815 D3
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